“A única e nobre missão do médico é curar, ato que consiste em restabelecer a saúde ao indivíduo doente” S. Hahnemann
A história da homeopatia remonta ao início do século XIX, na Alemanha, e se espalhando com o tempo ao redor do mundo, incluindo o Brasil.
Dra Juliana Bergamini é pediatra e homeopata em Jundiaí-SP, com mais de 10 anos de experiência em atendimento de crianças e suas famílias sob o olhar da homeopatia.
Formada em medicina e com residência em Pediatria pela Santa Casa de São Paulo
Título de Especialista em Homeopatia pela Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB)
Cursando Mestrado em Saúde Coletiva, Política e Gestão em Saúde, na UNICAMP
Origens da Homeopatia
A homeopatia foi desenvolvida por Samuel Hahnemann, um médico alemão, no final do século XVIII. Em 1796, Hahnemann introduziu o princípio da similitude, resgatando conceitos de Hipócrates, propondo que uma substância que causa sintomas em uma pessoa saudável pode ser utilizada para tratar sintomas semelhantes em uma pessoa doente. Esse princípio se tornou a base fundamental da homeopatia.
Expansão na Europa e nos Estados Unidos
Após seu desenvolvimento na Alemanha, a homeopatia começou a se espalhar pela Europa. A abordagem de tratamento e seus bons resultados ganhou reconhecimento em países como França, Inglaterra e Itália. Nos Estados Unidos, a homeopatia também encontrou terreno fértil e tornou-se popular, influenciando a prática médica no século XIX.
Chegada da Homeopatia ao Brasil
A homeopatia teve sua entrada no Brasil no século XIX, trazida por médicos europeus. Um marco importante ocorreu em 1840, quando o médico francês Benoit Mure fundou o primeiro hospital homeopático no Rio de Janeiro. A partir desse ponto, a homeopatia começou a conquistar espaço no cenário médico brasileiro.
Consolidação e Reconhecimento
Ao longo dos anos, a homeopatia consolidou sua presença no Brasil. Em 1958, foi criada a Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB), visando promover a pesquisa e o desenvolvimento da homeopatia no país. A homeopatia também ganhou respaldo acadêmico com a criação de cursos de especializações e residências médicas de homeopatia. Foi reconhecida como especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina desde 1980 (Resolução CFM no 1000/1980) com título de especialista reconhecido pela Associação Médica Brasileira (Resolução CFM no 2.068/2013) desde 1990.
A Dra Juliana Bergamini é médica, com título de especialista em Homeopatia pela Associação Médica Brasileira.
Aceitação na Saúde Pública
A homeopatia conquistou um espaço significativo na saúde pública brasileira. Em 1980, o Sistema Único de Saúde (SUS) começou a oferecer tratamentos homeopáticos, integrando a prática ao sistema de saúde nacional. Essa inclusão reflete o reconhecimento gradual da homeopatia como uma opção terapêutica válida e complementar.
Desenvolvimentos Contemporâneos
Na contemporaneidade, a homeopatia continua a desempenhar um papel relevante no panorama de saúde brasileiro. Profissionais de saúde homeopatas atuam em conjunto com outras especialidades médicas, oferecendo uma abordagem alternativa para aqueles que buscam tratamentos mais personalizados e menos invasivos.
Os princípios básicos da homeopatia
A homeopatia está embasada em quatro pilares:
- Lei dos semelhantes
- Experimentação no homem sadio
- Doses diluídas e dinamizadas
- Medicamento individualizado
1. Lei dos semelhantes
O modelo homeopático adota a abordagem da cura pelo similar, administrando doses ínfimas de medicamentos individualizados. Estes medicamentos, experimentados em pessoas saudáveis, provocam sintomas semelhantes aos dos indivíduos doentes.
2. Experimentação no homem sadio
Para um composto se tornar medicamento homeopático, sejam substâncias minerais, vegetais, animais ou químicas, é necessário submetê-lo a protocolos de experimentação patogogenética em seres humanos saudáveis. Os efeitos primários são meticulosamente descritos na Matéria Médica homeopática.
3. Doses diluídas e dinamizadas
Um dos pilares fundamentais da homeopatia é o uso de medicamentos dinamizados ou potencializados, caracterizados por ultradiluições que transcendem a lógica convencional das concentrações farmacêuticas. Este princípio, muitas vezes mal compreendido, desafia a noção tradicional de que uma maior concentração de substância ativa resulta em maior eficácia terapêutica.
Dinamização: Diluição Além da Aparente
No processo de dinamização, a substância inicial é diluída repetidamente, muitas vezes até atingir concentrações extremamente baixas. Além disso, durante cada fase da diluição, a substância é vigorosamente agitada ou “agitada”, um procedimento conhecido como sucussão. Essa abordagem visa não apenas diluir a substância, mas também dinamizar suas propriedades, acreditando que a água utilizada nas diluições retém a “memória” ou a “energia” da substância original.
A Lógica Além da Diluição: Potencialização Dinâmica
A potencialização dinâmica vai além da simples redução de concentração. Os defensores dessa prática argumentam que a diluição e sucussão não apenas eliminam a toxicidade da substância, mas também aprimoram sua capacidade de estimular as respostas vitais do organismo. Este processo, para muitos homeopatas, representa a essência da ação terapêutica.
Em última análise, o medicamento dinamizado permanece como um pilar distintivo da homeopatia, representando uma abordagem única e desafiadora para o tratamento de doenças, ancorada na individualização e na crença na potencialização dinâmica para promover a cura.
Dra Juliana Bergamini é pediatra e homeopata em Jundiaí-SP, com mais de 10 anos de experiência em atendimento de crianças e suas famílias sob o olhar da homeopatia.
Formada em medicina e com residência em Pediatria pela Santa Casa de São Paulo
Título de Especialista em Homeopatia pela Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB)
Cursando Mestrado em Saúde Coletiva, Política e Gestão em Saúde, na UNICAMP
4. Medicamento Individualizado
Um aspecto importante do tratamento é a individualização. Cada paciente recebe uma diluição específica e sucussão do medicamento, baseada na totalidade dos sintomas apresentados. Este enfoque personalizado visa tratar não apenas a doença, mas também as características únicas de cada indivíduo, alinhando-se com o princípio homeopático de tratar o paciente como um todo.
O restabelecimento do equilíbrio homeostático na prática homeopática envolve a identificação das suscetibilidades mórbidas individuais. Esta identificação se baseia na observação da totalidade de sinais e sintomas manifestados pelo paciente, escolhendo um medicamento que tenha provocado manifestações semelhantes em experimentadores saudáveis.
Um tratamento homeopático bem conduzido atua de forma integrada nos distúrbios psíquicos, emocionais, gerais e físicos. O objetivo é proporcionar um estado de bem-estar físico, mental, social e espiritual ao paciente.
Base Científica Contemporânea: Superando Preconceitos
Contrariando o preconceito comum de que “não existem evidências científicas em homeopatia”, esses pressupostos são respaldados por diversas linhas de pesquisas contemporâneas. A homeopatia emerge como uma abordagem fundamentada e dinâmica na promoção da saúde e no tratamento de doenças.
Homeopatia e Pediatria
A homeopatia tem ampla atuação dentro da pediatria, pois oferece alternativa de tratamento eficiente e duradouro para diversas queixas trazidas pelos pais.
A homeopatia tem mostrado eficácia no tratamento de uma variedade de distúrbios pediátricos comuns, como resfriados, alergias, distúrbios do sono, problemas digestivos e distúrbios comportamentais. Os remédios homeopáticos são selecionados com base na totalidade dos sintomas apresentados pela criança, proporcionando um tratamento abrangente.
A Dra Juliana Bergamini, além de homeopata, é pediatra, com mais de 10 anos de experiência em tratamento homeopáticos em crianças.
Desafios e Oportunidades
Apesar da aceitação crescente, a homeopatia ainda enfrenta desafios, incluindo a necessidade de maior reconhecimento e compreensão por parte da comunidade médica tradicional. No entanto, a prática continua a atrair pacientes que buscam tratamentos mais individualizados e menos dependentes de medicamentos convencionais.
Em resumo, a homeopatia tem uma história que se estende por séculos e encontrou um lugar especial no contexto de saúde brasileiro. Sua introdução no país contribuiu para diversificar as opções terapêuticas disponíveis, oferecendo aos pacientes uma abordagem complementar para o cuidado da saúde.
A consulta homeopática
Uma consulta homeopática é um pouco diferente de uma consulta médica convencional, pois os homeopatas buscam compreender não apenas os sintomas físicos, mas também os aspectos emocionais, mentais e até mesmo espirituais do paciente. Aqui estão algumas características comuns de uma consulta homeopática:
1. Entrevista Detalhada: O homeopata geralmente inicia a consulta com uma entrevista detalhada, na qual faz perguntas sobre a história médica do paciente, seus sintomas atuais e passados, seu estilo de vida, dieta, padrões de sono, estado emocional, entre outros. O objetivo é obter uma visão abrangente da saúde do paciente.
2. Ênfase na Individualidade: A homeopatia considera cada pessoa única, e o tratamento é personalizado de acordo com a constituição e características individuais. O homeopata pode fazer perguntas específicas para entender a personalidade do paciente, seus padrões comportamentais e suas reações a diferentes situações.
3. Sintomas Físicos, Mentais e Emocionais: O homeopata leva em consideração os sintomas físicos, mentais e emocionais do paciente ao selecionar um remédio. Por exemplo, o estado emocional, os medos, as preferências alimentares, como aversões e desejos alimentares, e as condições de agravamento ou melhora dos sintomas podem ser considerados.
4. Exame Físico: O exame físico é parte da consulta, pois também dá pistas steja nas informações fornecidas pelo paciente durante a entrevista. O homeopata pode examinar áreas específicas do corpo relacionadas aos sintomas apresentados.
5. Prescrição Personalizada: Com base nas informações coletadas, o homeopata escolhe um remédio homeopático específico para o paciente. Os remédios homeopáticos são frequentemente escolhidos com base na “lei dos semelhantes”, onde uma substância que causa sintomas semelhantes aos apresentados pelo paciente é selecionada para estimular a capacidade de cura natural do corpo.
O medicamento pode ser prescrito após a consulta, e enviada ao paciente dentro de alguns dias, pois o médico estuda o caso, estuda a matéria médica e encontra um medicamento mais adequado e individualizado para ele.
Também pode prescrever mais de um medicamento homeopático, a depender de cada caso.
6. Acompanhamento Regular: O acompanhamento é uma parte importante do tratamento homeopático. O paciente é instruído a relatar qualquer mudança nos sintomas e a evolução do seu estado de saúde ao longo do tempo. Com base nessas informações, o homeopata pode ajustar o tratamento conforme necessário.
Dra Juliana Bergamini é pediatra e homeopata em Jundiaí-SP, com mais de 10 anos de experiência em atendimento de crianças e suas famílias sob o olhar da homeopatia.
Formada em medicina e com residência em Pediatria pela Santa Casa de São Paulo
Título de Especialista em Homeopatia pela Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB)
Cursando Mestrado em Saúde Coletiva, Política e Gestão em Saúde, na UNICAMP
8 cuidados com o medicamento homeopático
Os medicamentos homeopáticos têm algumas características especiais que exigem cuidados específicos para garantir sua eficácia. Aqui estão algumas orientações gerais sobre como cuidar do medicamento homeopático:
1. Armazenamento Adequado
Mantenha os medicamentos homeopáticos longe de substâncias fortes que possam interferir com suas propriedades, como produtos químicos, perfumes intensos e mentol.
Guarde-os em local fresco, seco e longe da luz solar direta. Evite a exposição a temperaturas extremas.
2. Evite Contaminação
Evite tocar os grânulos ou glóbulos homeopáticos com as mãos. Use uma tampa ou despeje-os diretamente na boca.
Não deixe cair líquidos ou alimentos diretamente no recipiente do medicamento.
3. Distância de Odores Fortes
Mantenha os medicamentos homeopáticos longe de odores fortes, como perfumes, óleos essenciais e produtos químicos com cheiros intensos.
4. Evite Café, Tabaco e Alimentos Fortes
Evite consumir alimentos fortes, como café, tabaco, hortelã, alho e cebola, pouco antes ou depois de tomar medicamentos homeopáticos.
5. Armazenamento Separado
Se você estiver usando mais de um medicamento homeopático, armazene-os separadamente para evitar qualquer interferência entre eles.
6. Cuidado com Eletrônicos
Evite colocar os medicamentos homeopáticos perto de dispositivos eletrônicos, como telefones celulares e computadores.
7. Adesão à Prescrição
Siga as instruções do homeopata ou profissional de saúde que prescreveu o medicamento. Eles geralmente indicarão a dosagem apropriada e a frequência de administração.
8. Acompanhamento Médico
Realize o acompanhamento com o homeopata ou profissional de saúde para relatar quaisquer mudanças nos sintomas e ajustar o tratamento conforme necessário.
Concluindo
A homeopatia continua a atrair pacientes que buscam tratamentos mais individualizados e menos dependentes de medicamentos convencionais. Sua história e prática são testemunhas de uma abordagem terapêutica que vai além dos paradigmas convencionais, buscando o equilíbrio homeostático e o bem-estar integral dos pacientes.
Dra Juliana Bergamini é pediatra e homeopata em Jundiaí-SP, com mais de 10 anos de experiência em atendimento de crianças e suas famílias sob o olhar da homeopatia.
Formada em medicina e com residência em Pediatria pela Santa Casa de São Paulo
Título de Especialista em Homeopatia pela Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB)
Cursando Mestrado em Saúde Coletiva, Política e Gestão em Saúde, na UNICAMP
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