Pode dar vitamina para criança?

A saúde dos filhos é uma preocupação para pais e profissionais de saúde. E garantir que as crianças recebam as vitaminas e minerais necessários para um crescimento saudável é essencial.

 Nesse contexto, os multivitamínicos têm sido objeto de discussão, com defensores e críticos. Este artigo explora o uso de multivitamínicos em pediatria, destacando sua relevância, benefícios e considerações importantes.

Também serão abordados nesse artigo as deficiências de vitaminas e minerais mais comuns em crianças (ferro, vitamina A e Zinco).

Importância das vitaminas e minerais na Infância

A infância é uma fase crítica de desenvolvimento, onde o corpo e o cérebro estão em constante crescimento. Nutrientes como vitaminas e minerais desempenham um papel vital em funções como desenvolvimento cognitivo, fortalecimento ósseo, sistema imunológico e manutenção da saúde geral.

A Dra Juliana Bergamini tem especial atenção ao estado nutricional de seus pacientes, fazendo uma investigação completa do que a criança come, de seus desejos e aversões alimentares.

Desafios Nutricionais na Infância

Muitas vezes, as crianças podem ser seletivas em relação aos alimentos, o que pode levar a lacunas de vitamina e minerais. Além disso, fatores como alergias alimentares, restrições dietéticas e condições médicas podem influenciar a ingestão de nutrientes essenciais.

Nesse momento, o uso dos multivitamínicos podem ser interessantes, como alguns benefícios:

1. Preenchendo Lacunas Nutricionais: Multivitamínicos podem fornecer nutrientes que podem estar ausentes na dieta diária das crianças, preenchendo possíveis lacunas nutricionais.

2. Suporte ao Crescimento e Desenvolvimento: Vitaminas como A, C, D e minerais como ferro e cálcio desempenham papéis cruciais no crescimento ósseo, função cognitiva e saúde imunológica.

3. Prevenção de Deficiências: O uso adequado de multivitamínicos pode ajudar a prevenir deficiências específicas, como a falta de ferro, comum em crianças.

Todos os multivitamínicos são iguais?

Mas, antes de sair comprando multivitamínicos nas farmácias, é bom se atentar a alguns fatores:

1. Avaliação Médica: Antes de iniciar qualquer suplementação, é fundamental consultar um pediatra para avaliação individualizada das necessidades nutricionais da criança.

2. Dosagem Adequada: A administração correta e a dosagem apropriada podem evitar efeitos colaterais indesejados. O excesso de vitaminas também pode ser prejudicial.

3. Suplementação Personalizada: Cada criança é única, e a necessidade de suplementação varia. A abordagem deve ser personalizada, levando em consideração a dieta, histórico médico e necessidades específicas.

Alguns multivitamínicos de formulação pronta podem não conter o nutriente que seu filho está precisando no momento, portanto, é interessante consultar um médico primeiro.

O uso de multivitamínico não substitui uma alimentação adequada. Uma alimentação equilibrada vai muito além de oferecer vitaminas para a criança, também oferece calorias, proteínas e óleos para seu bom crescimento e desenvolvimento.

Deficiência de Ferro

O ferro, essencial para diversas funções do corpo humano, enfrenta uma prevalência global de deficiência, afetando especialmente gestantes e crianças. A deficiência de ferro pode ter sérias repercussões, como alterações no desenvolvimento:

• cognitivo
• motor
• comportamental

O pediatra deve sempre estar atento para as possíveis deficiências de ferro.

Fatores de risco para a deficiência de ferro:

Alguns fatores de risco para a deficiência de ferro são listadas abaixo:

• Introdução de leite de vaca antes de 1 ano de vida
• Prematuridade
• Introdução precoce de outros alimentos
• Infecções recorrentes
• Infestações parasitárias

exigindo atenção especial durante períodos de crescimento acelerado.

Quais são os alimentos ricos em ferro?

A disponibilidade do ferro nos alimentos é basicamente dividida em ferro-heme e ferro-não-heme.

O ferro-heme é o mais facilmente absorvido pelo organismo. Alguns exemplos de alimentos:

• Carne vermelha
• Vísceras em geral
• Aves
• Peixe

O ferro não-heme é mais encontrado em alimentos de origem vegetal, e menos biodisponível. Exemplos de alimentos:

• Frutas secas
• Vegetais escuros (rúcula, couve, brócolis)
• Ervilha
• Lentilha
• Feijões

O ferro não-heme sofre influências de alguns fatores que ajudam na absorção, como:

• Vitamina C
• Frutas cítricas como laranja, limão, acerola, kiwi
• Existem alguns fatores que inibem a absorção do ferro, em especial do ferro não-heme. São eles:
• Chá preto
• Café
• Cereais integrais
• Alimentos ricos em cálcio
• Fitato (presente nas leguminosas, por isso é importante deixar o feijão, a lentilha e o grão de bico de molho por pelo menos 12horas antes de cozinhar)

É importante seguir certas recomendações alimentares para garantir uma adequada absorção do ferro, listo algumas:

Evitar consumir chás pretos e cafés junto das refeições principais

Não misturar alimentos ricos em cálcio junto com alimentos rico em ferro

Consumir um alimento cítrico depois ou durante as principais refeições

Manter uma alimentação variada e colorida

Quando suplementar o ferro:

Toda criança deve receber suplementação de ferro a partir dos 6 meses de vida. Alguns casos especiais recebem antes dos 6 meses. Essa suplementação deve permanecer até os 2 anos de vida.

A Dra Juliana Bergamini tem experiência em tratamento profilático de ferro para as crianças, pois existem diversos tipos suplementos de ferro no mercado. Consulte seu médico que ele te orientará sobre o mais adequado para sua criança.

Como diagnosticar e tratar a deficiência de ferro?

Exames complementares também podem ser necessários em qualquer momento do desenvolvimento da criança, quando houver suspeita de deficiência nutricional. Os exames principais que diagnosticam a deficiência de ferro são:

• Hemograma completo
• Ferro sérico
• Ferritina

Pode ser necessário outros exames complementares, à critério do médico e do caso clínico. De acordo com o resultado do exame, planeja-se a estratégia de tratamento.

Deficiência de Vitamina A

A vitamina A, importante para o crescimento e desenvolvimento, apresenta deficiência global em milhões de crianças, especialmente em regiões como África e Sudoeste Asiático. No Brasil, a hipovitaminose A diminuiu, mas permanece uma preocupação, afetando principalmente pré-escolares. A vitamina A desempenha papéis importantes na:

• visão
• crescimento celular
• imunidade

Algumas regiões do Brasil suplementam com megadose de vitamina A. São regiões onde existem mais deficiência. Na região de Jundiaí-SP, não é necessária essa suplementação.

Quais são os alimentos ricos em vitamina A?

Os principais alimentos ricos em vitamina A são:

• Leite pasteurizado
• Queijos
• Alimentos amarelos/laranja:
  • Caqui
  • Mamão
  • Manga
  • Abóbora
  • Cenoura
• Espinafre
• Rúcula
• Couve

Como investigar e tratar a deficiência de vitamina A?

Na suspeita de deficiência de vitamina A, alguns exames com a dosagem de retinol sérico poder ser solicitado, e com o resultado, planejar o tratamento junto ao médico.

No entanto, se atentar para uma alimentação variada e colorida é a chave para a saúde e não ter deficiências nutricionais.

Deficiência de Zinco

O zinco, fundamental para o crescimento, desenvolvimento e imunidade, também enfrenta deficiência global, atingindo até 78% das crianças no Brasil.

Quais os principais sintomas de deficiência de zinco?

Os principais sintomas de deficiência de zinco são:

• Amadurecimento sexual atrasado
• Alopecia
• Anemia
• Cicatrização de feridas atrasada
• Lesões de pele
• Apetite prejudicado
• Deficiência na imunidade
• Diarréias

Quais os alimentos ricos em zinco?

Os principais alimentos ricos em zinco são:

• Carnes
• Peixes
• Aves
• Cereais
• Leite e derivados
• Feijões
• Nozes

Em geral, o zinco é bem absorvido com alguma fonte de proteína. Outras estratégias como reduzir o fitato dos alimentos (deixar os feijões de molho por 12h), ajuda para aumentar a absorção do zinco no organismo

A absorção de zinco é afetada por fatores dietéticos, como fitatos presentes em cereais e leguminosas.

Como investigar e tratar a deficiência de zinco?

O diagnóstico inclui a investigação clínica dos sintomas e a dosagem do zinco no sangue. De acordo com o resultado, elabora-se um plano de tratamento para o paciente.

Concluindo…

O pediatra desempenha um papel na prevenção e tratamento precoce dessas deficiências, realizando avaliações regulares, anamnese completa e monitoramento da ingestão alimentar. A abordagem personalizada, considerando o estágio de desenvolvimento da criança, garante um crescimento saudável e ajuda a prevenir sequelas irreversíveis associadas à deficiência de nutrientes

Os multivitamínicos desempenham um papel significativo no suporte à saúde infantil, ajudando a preencher lacunas nutricionais e promover um crescimento saudável. No entanto, é importante uma consulta médica antes de iniciar qualquer suplementação. Uma abordagem personalizada garante que as crianças recebam os benefícios dos multivitamínicos de maneira segura e eficaz, contribuindo para um futuro saudável.

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Fontes:

https://www.tuasaude.com/alimentos-ricos-em-ferro/

https://www.einstein.br/noticias/noticia/dieta-para-anemia-ferropriva

https://aps.saude.gov.br/ape/vitaminaA

https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-nutricionais/minerais/defici%C3%AAncia-de-zinco